terça-feira, 13 de outubro de 2009

Novo Enem deve ser no início de novembro


O Enem continua sem data marcada. O Ministério da Educação afirmou que a previsão para a aplicação das provas (depois da mudança de sua estrutura, o exame agora é composto por dois dias de provas) é a primeira quinzena de novembro, para evitar coincidência com a data de outros vestibulares. O exame seria aplicado nos últimos dias três e quatro deste mês mas foi cancelado devido ao vazamento das provas já impressas e confirmadas pelo MEC como oficiais.

Polícia Federal abriu uma investigação para saber quem são os responsáveis pelo vazamento das provas e onde foi que, ao longo de todo o processo de confecção das perguntas do exame, de produção gráfica, impressão e logística de distribuição aconteceu a violação.

Para contornar a situação e evitar novas fraudes e cancelamento, o MEC quer substituir o consórcio Connasel na organização do Enem. Entre as alternativas, está a de o próprio Inep, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais, passar a organizar o sistema, amparado por outras instituições públicas, como Correios e Exército, que participariam da distribuição e segurança das provas. A possibilidade de o Inep assumir a organização da prova está prevista no contrato com o consórcio. A presidente do consórcio Connasel, Itana Marques Silva, não quis confirmar a nova falha na segurança detectada, e o ministério não está efetivamente satisfeito com os serviços prestados pelo consórcio. De zero a dez, a nota dada para os serviços foi quatro, afirmou um integrante do MEC. O ministro também não está contente com as falhas na supervisão da segurança, que deveria ter sido desempenhada pelo Inep. Para o presidente do Inep, a redução do prazo entre a contratação da empresa e a realização da prova não contribuiu para a falha na segurança do Enem. Este ano, o espaço entre a contratação e a prova foi de 78 dias. Em 2006, quando o número de estudantes era menor, a empresa ganhadora teve 132 dias para preparar o exame. O presidente do Inep argumentou que o assunto foi amplamente discutido com reitores e que todos haviam chegado a conclusão de que o processo poderia ser feito desta forma.



Nova prova
O ministro Fernando Haddad ordenou ao Inep que seja dada “prioridade máxima” à preparação da nova prova. A meta é tentar antecipar ao máximo a realização do exame e aplicar a nos dias sete e oito de novembro, logo depois do feriado de Finados. Desse jeito, o MEC tenta garantir que o Enem seja usado como exame seletivo para ingresso nas universidades. Em sua 12ª edição, a prova do Enem deste ano terá novo formato. Ela funciona também como vestibular unificado. Isso porque 24 universidades federais aboliram os processos seletivos para adotar apenas o exame como forma de ingresso. O Enem será realizado em 1.828 municípios.



Entenda o que aconteceu
Na tarde do dia 30 de setembro, quarta-feira, o jornal, O Estado de São Paulo, foi procurado por um homem que, pelo telefone, disse ter cópias da provas que seriam aplicadas no último final de semana. O homem propôs vender a prova por R$ 500 mil. O jornal rejeitou a proposta, mas viu trechos do exame que depois foram confirmados pelo MEC como oficiais.

A Polícia Federal abriu uma investigação para saber quem são os responsáveis pelo vazamento das provas e onde foi que, ao longo de todo o processo de confecção das perguntas do exame, de produção gráfica, impressão e logística de distribuição aconteceu a violação.

O presidente do Inep, Reynaldo Fernandes, disse que a nova versão da prova deverá ser desenvolvida por um sistema de segurança mais rígido do que a prova cancelada. “Não há como esperarmos o fim das investigações para iniciar preparativos para novo exame. Temos de fazer a prova e vamos colocar todos os elementos de segurança disponíveis em alerta máximo”, disse.

O Inep tem um banco com cerca de duas mil questões que podem ser usadas em novas versões da prova. Mas, mesmo com esse banco, é preciso um tempo para a seleção, montagem e impressão da nova versão. O ministro da Educação estima que, mesmo com um mês de atraso na realização do exame, será possível divulgar os resultados em uma data próxima da que havia sido estabelecida antes do vazamento.

O ministro também afirmou que o Inep deverá fazer uma avaliação preliminar para analisar as lacunas de segurança. Para ele, a medida pode afastar eventuais questionamentos sobre a inviolabilidade da versão da prova que agora começa a ser preparada. Não está definido quem vai arcar com o custo da nova impressão, estimado em R$ 30 milhões.

ASCOM APE

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