sexta-feira, 18 de junho de 2010

Paralisação será mantida ao menos até segunda-feira




A greve dos servidores municipais de Educação e Saúde continuará pelo menos até a próxima segunda-feira, quando acontecerá a assembleia da categoria, às 14h, na Praça Visconde Mauá, em frente à Câmara dos Vereadores, onde votarão pela permanência da paralisação. Na reunião, às 18h de ontem, no Clube Petropolitano, cerca de 900 funcionários públicos aprovaram o calendário do movimento para esta semana. Hoje haverá ato na Praça da Inconfidência, às 14h, e em seguida saem em passeata pela Rua do Imperador e sentarão por 15 minutos aos pés do Obelisco. No sábado haverá passeata na Rua Teresa, saindo às 10h da Praça Paulo Carneiro.Em resposta ao rompimento do prazo de 20 dias para negociação entre o governo e o Movimento Unificado dos Servidores Municipais, estipulado pelo desembargador Luis Felippe Haddad, durante a audiência de conciliação no último dia 1º, a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Patrícia Mafra, esclareceu que o comando grevista não descumpriu o acordo. “A ação movida pelo município foi questionando a representatividade do Sepe. Diante disso, o desembargador reconheceu a nossa legitimidade e sugeriu a negociação dentro do prazo de 20 dias, a partir de uma proposta que a categoria aceitasse. Foi um acordo e não uma ordem, por isso não descumprimos nenhum acordo judicial. O governo, entretanto, fixou a proposta de 5% de reajuste salarial e interrompeu as reuniões de negociação na quarta-feira, assim a categoria decidiu voltar para a greve, “ explicou a coordenadora.

De acordo com a professora Cristina Pires, a paralisação serve como resposta à falta de diálogo com o prefeito Paulo Mustrangi. “Sou professora há 33 anos e recebo a mesma coisa que um profissional que começou a trabalhar agora, por isso a necessidade do Plano de Cargos, Carreiras e Salários. Não posso me aposentar porque meu salário vai diminuir muito e não terei condições de me manter. Já o governo não aceita incorporar os dois abonos. Precisamos que o governo dê ouvidos às nossas reivindicações, que são justas. Essa proposta é inaceitável”, disse Cristina.Segundo a representante da Saúde no comando e presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Estado do Rio de Janeiro, Mônica Maia, está havendo assédio moral nos postos, centros e ambulatórios de saúde. “Recebemos a denúncia que a secretária de Saúde, Aparecida Barbosa, mandou avisar aos agentes de saúde que a nossa greve é ilegal e quem faltar ao trabalho será demitido por justa causa. Mas, se qualquer supervisor tentar coagi-los, peçam uma orientação por escrito, para provar o assédio que estão sofrendo”. Mônica ressaltou ainda a importância da adesão da paralisação pelos funcionários da Companhia Municipal de Desenvolvimento de Petrópolis (Comdep). “Se os lixos acumularem nas ruas da cidade, vai chamar atenção dos turistas. Precisamos que a Comdep também interrompa as suas atividades, para aumentar a pressão sob o governo”, completou.


80% das escolas funcionaram ontem

A greve dos servidores municipais de Educação e Saúde deixou muitos alunos sem aulas e interrompeu o atendimento em postos de saúde públicos da cidade, por falta de agentes de saúde e enfermeiros durante todo o dia de ontem. Segundo levantamento da prefeitura, 80% das escolas do município funcionaram normalmente, apesar de estarem sem o pessoal de apoio: merendeiras, faxineiros e zeladores. Já nas creches a adesão foi maior, 70% ficaram fechadas e as outras 30% funcionaram parcialmente. Houve paralisação também entre os profissionais da rede estadual de ensino em todo o estado, mas em Petrópolis apenas um dos 1.150 professores não trabalhou e nenhum dos 18 mil alunos foi prejudicado. Nos dois campi do Liceu Municipal Prefeito Cordolino Ambrósio, no Centro, a maior escola do município, cerca de 50% do total de 2,7 mil alunos não tiveram aulas. “Espero que o governo e os grevistas entrem rápido num acordo, porque estou com medo de repetir a série. O ensino está sendo muito prejudicado com esse vai e vem das aulas. Mas, mesmo assim, eu apoio o movimento porque só assim estão sendo ouvidos pela população e o prefeito”, afirmou um aluno da instituição. Segundo informações do Movimento Unificado dos Servidores Municipais, nos postos, centros e ambulatórios de Saúde houve adesão de 90% dos funcionários públicos.

No Centro de Saúde, na Rua Santos Dumont, no Centro, todos os setores foram parcialmente prejudicados com a greve. A ala de vacinação foi fechada por falta de pessoal. Dos 216 profissionais da entidade, entre servidores do município, do estado e do Governo Federal, apenas enfermeiros e agentes de Saúde não trabalham desde a última quarta-feira.Cerca de 4,5 mil servidores municipais da Educação e Saúde aderem à paralisação. No Ambulatório de Especialidades, na Rua D. Pedro, no Centro, a marcação de exames e consultas médicas foi interrompida. “Os médicos estão atendendo apenas os pacientes já marcados, a distribuição dos números para agendar nova consulta foi suspensa até o fim da greve. Cerca de 10 funcionários não estão trabalhando, é um transtorno porque nós estagiários estamos fazendo o atendimento ao público, mas algumas pessoas ficam irritas com a situação”, disse o estagiário Lucas Christ. Já na rede estadual, os profissionais de Educação fizeram uma paralisação de 24 horas, ontem, em todo o estado. Em Petrópolis, nenhuma das 16 escolas teve a interrupção das atividades. As reivindicações do funcionalismo estadual têm semelhanças com as dos servidores municipais. São as seguintes: reajuste salarial emergencial de 48%; cumprimento da lei do plano de carreira dos funcionários administrativos; vale-transporte; e incorporação imediata da gratificação do Nova Escola. Hoje, as aulas ocorrerão sem interrupções.

Fonte: Tribuna de Petrópolis

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