No próximo domingo, os petropolitanos passam a pagar mais caro pela passagem de ônibus, que passa de R$ 2,20 para R$ 2,50, conforme Decreto 373 do prefeito Paulo Mustrangi, publicado terça-feira no Diário Oficial do Município (DOM). Pegos de surpresa, na sessão de ontem os vereadores criticaram o aumento, frisando que no momento não há nada que justifique esta decisão, opinião manifestada também por petropolitanos ouvidos na tarde de ontem pela Tribuna. O líder do Governo, vereador Wagner Silva (PPS), divulgou nota de repúdio contra o aumento de passagem, frisando que o prefeito toma a decisão de aumentar sem discutir o assunto com a sociedade e nem com a Comissão de Notáveis. O vereador Thiago Damaceno (PV) vai apresentar o pedido para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito Municipal (CPIM) para investigar as decisões do governo sobre o transporte público. Enquanto a população e vereadores se manifestam contra, a Prefeitura afirma que o prefeito autorizou a recomposição tarifária dos ônibus para cobrir a defasagem das empresas em relação aos custos com insumos (combustível, pneus, peças dereposição, etc.) e reajustes salariais dos rodoviários. De acordo com a Prefeitura, o reajuste concedido fica bem abaixo do valor requerido pelo Sindicato das Empresas de Transportes Rodoviários de Petrópolis (Setranspetro).
Segundo a Prefeiura, este é o primeiro reajuste concedido pelo atual governo ao Setranspetro. O último ocorreu em 21 de dezembro de 2008, quando a passagem de ônibus no município passou a custar R$ 2,20.Entre as críticas feitas ao prefeito e ao transporte, uma das propostas foi que com o aumento da passagem todo o transporte na cidade seja integrado, pois há várias linhas que ainda não são, ou retornem imediatamente com os interbairros. “Pagamos uma passagem cara pelo percurso que fazemos e não temos qualidade no transporte, e agora vem este aumento, é um absurso” afirmou Adilson Auler, lembrando que paga o mesmo preço para ir do Rio a Niterói, percorrendo 15 quilômetros. Marcelo Pires disse que está tudo errado e considerou o aumento um absurdo. Para Eliane Schimel, moradora do Indaiá, a qualidade do serviço prestado pelas empresas de ônibus não justifica nenhum aumento, frisando que constantemente a linha Vital Brasil atrasa. “Como pode aumentar a passagem com o serviço que as empresas prestam e pelo percurso que fazem? É uma passagem cara, e o pior é que no início da semana andei num ônibus que estava com goteiras. Me molhei toda”, contou Lenilda Vicente da Silva. A mesma opinião tem Graça Oliveira, moradora da Dias de Oliveira, frisando que o ônibus sempre quebra e atrasa e criticando o prefeito pelo aumento da passagem de ônibus. Para Verônica Pereira, o aumento de passagem é um desrespeito à população.
Vereadores criticam o reajuste
Vereadores criticam o reajuste
Os vereadores afirmaram que foram pegos de surpreso, pois em nenhum momento foram avisados ou informados sobre discussão de aumento de passagem. Eles tomaram conhecimento através do vereador Marcio Vieira Muniz (PSC), que ontem estava presidindo a sessão e se posicionou contrário ao aumento. “Espero que este reajuste seja para que as empresas ofereçam de imediato um serviço de qualidade à população, inclusive as que estão sob intervenção”. Marcio Muniz fez questão de frisar, assim como o vereador Paulo Igor (PMDB), que o aumento da passagem não passa pela Câmara Municipal, sendo uma decisão exclusiva do prefeito. “Na minha opinião, a decisão sobre o reajuste deveria passar pela Câmara, para que a discussão fosse ampliada com os vereadores, através da Comissão de Transportes e Trânsito, discutindo a planilha de custos das empresas”, comentou o vereador Paulo Igor. O vereador disse que a passagem é cara para o percurso de determinadas linhas. Segundo Igor, do Morin ao Centro são cerca de cinco a dez minutos, e a partir de domingo a população deste bairro será obrigada a pagar R$ 2,50. Para Paulo Igor, antes de aumentar a passagem o prefeito deveria “arrumar a casa”, principalmente das empresas sob intervenção. “Até agora a intervenção não mostrou nenhum resultado e a comissão criada pelo prefeito para apresentar sugestão em nenhum momento falou sobre aumento de passagem”.
Para o líder do PPS, vereador João Tobias, o aumento somente se justifica se o sistema de transporte estivesse funcionando com qualidade, principalmente das empresas sob intervenção. O vereador espera que o Governo tome as medidas urgentes para resolver o problema do transporte para que a população seja atendida com eficiência.O presidente da Câmara de Vereadores, Bernardo Rossi (PMDB), reagiu com indignação ao reajuste tarifário dos ônibus. “Os aumentos tarifários não são de competência dos vereadores, que não podem legislar sobre o assunto, mas neste momento delicado e urgente pelo que passa o sistema de transporte, com três empresas operadoras sob intervenção e com suas permissões cassadas, a Câmara de Vereadores deveria ser consultada ou, pelo menos, informada”, afirma Bernardo Rossi. Rossi, assim como outros vereadores, quer – ainda que a Câmara não dê a palavra definitiva sobre a tarifa de serviços permissionários ou concessionários do poder público – que os vereadores tenham maior acesso ao processo de reajuste. “É preciso mais transparência, que as planilhas sejam divulgadas e que os pedidos de reajuste sejam embasados em questões técnicas. A falta de planejamento culminou com esta aberração que ficamos sabendo hoje (ontem), quando o Diário Oficial do Município começou a circular na internet.
Ficar dois anos sem reajuste de tarifa e ao mesmo tempo sem investimento e fiscalização por parte da Prefeitura deu nisso: uma frota sucateada, risco de vida para os passageiros, um processo de intervenção que não tem fim e uma licitação que demora a ser aberta. Tudo isso acompanhado, agora, de um aumento abusivo”, completa.
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