quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Reitores de universidades federais defendem Enem apesar de falhas

Os reitores Targino de Araújo Filho, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e Jesualdo Pereira Farias, da Universidade Federal do Ceará (UFC), que substituíram seus vestibulares integralmente pelo

Aplicado neste sábado (6) e domingo (7), o Enem está suspenso em todo o país por decisão da Justiça Federal do Ceará, que afirma que os erros nas provas causaram prejuízo para os candidatos.

Logo depois do exame, no sábado, os estudantes reclamaram de problemas na folha de respostas e na prova amarela. Na folha de respostas, os cabeçalhos que indicaram as áreas de conhecimento estavam invertidos, na comparação com o caderno de questões. O Ministério da Educação diz que a orientação era seguir a ordem numérica das questões, mas alguns alunos afirmam que não receberam a recomentação e, por isso, preencheram o gabarito de forma invertida.

Além disso, um lote da prova amarela tinha problemas de impressão com algumas perguntas repetidas, outras faltando, sequência numérica errada e até algumas questões de um outro modelo aplicado, a prova branca.

“É lamentável que tenham ocorridos falhas, mas é um processo de aprendizagem. As universidades também começaram errando. A situação do ano passado foi outra [quando houve o furto das provas]. Embora lamente, felizmente, este ano temos alternativa para corrigir. Repetir o exame a todos seria um imenso desgaste”, afirmou Targino de Araújo Filho, da UFSCar, ao G1.

Para Araújo Filho, as alternativas propostas pelo MEC de aplicar reaplicar o exame aos candidatos que receberam a prova amarela e abrir espaço para os estudantes que preencheram o gabarito errado de solicitar a correção invertida, resolvem os problemas. “Tenho expectativa de que tudo isso se resolva logo.”

Jesualdo Pereira Farias, da Federal do Ceará, disse que a universidade passou um ano estudando se substituiria o vestibular pelo Enem. “Compreendemos que ao adotarmos ao Enem contribuímos com a educação como um todo. O Enem traz uma metodologia transformadora e trará benefícios ao ensino médio. Tememos que este problema comprometa um projeto maior que defendemos para o país.”

A UFSCar vai oferecer, via Sistema de Seleção Unificada (SiSU), 2.553 vagas para 56 cursos de graduação. A UFC disponibilizará 5.700 vagas para 104 cursos, sendo 22 nos campi do interior do Ceará.

Sem mudanças
Em nota, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) informou que não mudará o calendário do seu vestibular nem tomará qualquer providência em relação ao Enem, a não ser aguardar as decisões judiciais e do Ministério da Educação. Segundo a universidade, que adotou o Enem como primeira etapa do vestibular, as datas da segunda etapa estão mantidas: entre 23 a 29 de janeiro de 2011.

“Aplicar um exame dessa magnitude é um processo de aprendizado e ficou claro que alguns detalhes ainda precisam ser aperfeiçoados. Mas como se trata de uma questão nacional, não cabe à UFMG tomar qualquer decisão isolada”, disse o reitor Clélio Campolina.

Campolina reiterou sua posição favorável ao Enem, considerando-o “um sistema necessário, conveniente e que precisa ser preservado. O Enem trará para o sistema de ensino um maior conhecimento dos alunos nas diferentes escolas, algo a que não tínhamos acesso anteriormente”, afirmou.

A assessoria de imprensa da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) disse que aguarda a posição do MEV, e que até o momento também não prevê mudanças no processo seletivo. O Enem continuará a valer como primeira fase do vestibular 2011.

A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) informou que conforme estava previsto em edital, as notas do Enem só serão usadas para compor 50% da primeira etapa do processo seletivo, se o MEC divulgá-las até 20 de dezembro.



Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), disseram que os problemas relacionados ao exame não abalam sua credibilidade. Favoráveis ao novo modelo do Enem, os reitores afirmaram acreditar que as falhas serão superadas e que não será necessário alterar os respectivos calendários acadêmicos.

fonte: G1

Justiça determina anulação das provas do Enem em todo o país

O defensor público Ricardo Emilio Salviano já tinha pedido, pela manhã, a anulação das provas aplicadas no fim de semana ao Ministério da Educação. / Elza Fiuza/ABR
A juíza da 7ª Vara Federal do Ceará, Carla de Almeida Miranda Maia, acatou ontem à tarde pedido de liminar feito pelo Ministério Público Federal e determinou a anulação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem 2010), aplicado a 3,3 milhões de candidatos no fim de semana. A decisão vale para todo o Brasil. Para ela, o erro de impressão nos cadernos de prova amarelos trouxe prejuízo para os candidatos. O governo ainda pode recorrer.

Segundo informações da gráfica responsável pela impressão das provas, 21 mil cadernos de prova amarelos (1% do total impresso) apresentaram erro de montagem e não continham todas as 90 questões aplicadas nos sábado. Além disso, nas avaliações aplicadas no primeiro dia, o cabeçalho das provas de ciências da natureza e ciências humanas estava trocado. Nesse último caso, no entanto, a ordem numérica das questões estava igual no caderno de provas e no gabarito.

Pala manhã, a Defensoria Pública da União (DPU) já tinha recomendado ao Ministério da Educação (MEC) a anulação das provas aplicadas no sábado. O órgão deu prazo de dez dias para o governo acatar o pedido e definir uma nova data para reaplicar o exame. Sem isso, a Defensoria ajuizaria uma ação civil pública contra a União.

Na tentativa de evitar brigas judiciais e a aplicação de uma nova prova, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) orientou os estudantes prejudicados pelos cabeçalhos trocados a entrar com um requerimento a partir de quarta-feira no site do Enem. De acordo com o Inep, o erro foi detectado logo que as provas começaram e todos os fiscais das 128 mil salas de prova foram avisados para orientar os estudantes a seguir a ordem numérica das questões. Participantes relataram, no entanto, que houve divergência nessas orientações. Em relação ao problema de impressão nas provas de cor amarela, representantes do Inep já falam em nova avaliação. No entendimento da juíza Carla Maia, no entanto, essa opção não deve ser considerada válida. “A disponibilização do requerimento àqueles estudantes prejudicados pela prova, correspondente ao caderno amarelo, e a intenção de realizar novas provas para os que reclamarem administrativamente, não resolve o problema. Novas provas colocariam em desigualdade todos os candidatos remanescentes”, afirma a juíza na decisão.


domingo, 7 de novembro de 2010

Espaço na web para reclamação de estudante abre na quarta, diz Inep





Presidente do Inep não descartou realização de novo exame a prejudicados. Apesar de problemas, Joaquim Soares Neto considerou exame 'um sucesso'



O presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), autarquia do Ministério da Educação, Joaquim José Soares Neto, informou neste domingo (7) que não descarta a realização de uma nova prova para os alunos que sentiram prejudicados. "No limite, pode acontecer. Não posso descartar", afirmou.

Segundo Soares Neto, os problemas serão analisados individualmente. “Estamos levantando a dimensão do problema para resolver caso a caso.”

Soares Neto disse que o órgão vai abrir na quarta-feira (10) uma página na internet para reclamações de estudantes que se sentiram prejudicados com o erro no caderno de respostas do primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O espaço funcionará até o dia 16.


Os exames foram feitos no sábado (6) e no domingo (7). No sábado, os estudantes reclamaram da troca dos nomes das áreas na folha de respostas e também de questões repetidas e com numeração errada na prova amarela. No mesmo dia, Soares Neto, afirmou que nenhum estudante será prejudicado e que a correção poderá ser feita de forma invertida.


Apesar de ainda não ter um levantamento de quantas pessoas tiveram problema com o exame, a assessoria do órgão estimou que cerca de 20 mil alunos receberam a prova amarela . A maior parte dos cadernos teria sido trocada.


Soares Neto afirmou que o Inep mantém uma reserva de 10% do total de provas por local de aplicação do exame e ainda conta com as provas de quem faltou para serem usadas em caso de necessidade. De acordo com ele, essa reserva foi utilizada em alguns locais.


Apesar dos problemas ocorridos, o presidente do Inep disse considerar a realização do Enem deste ano "um sucesso". "Temos a avaliação de que tivemos sucesso nesse processo", afirmou Soares Neto.


Twitter
A assessoria do Inep informou que pelo menos dois casos de tentativa de fraude foram relatados, um em Belo Horizonte e outro em Recife. O caso de Belo Horizonte teria sido cometido por um estudante que tentou usar o telefone celular no banheiro. Ele foi encaminhado para prestar esclarecimentroas na polícia.


O segundo caso, em Pernambuco, foi o de um jornalista que teria informado, pela internet, o tema da redação, para supostamenmte demonstrar a fragilidade de segurança do exame. Segundo a assesoria, o caso está sendo investigado pela Polícia Federal.


O Inep ainda registrou que estudantes estariam usando o Twitter supostamente durante o horário do exame. Depois de o órgão postar uma nota em seu twitter informando que estava monitorando esses casos para posterior ação judical, as postagens na rede de microblog teriam cessado.

Para o Inep, esses casos poderiam ser de alunos que "dançaram" (foram mal na prova) e estariam usando a rede de microblog para "tumultuar" o processo. De acordo com o órgão, as postagens poderiam ter sido feitas fora dos locais de provas, por quem não estava prestando o exame.


Abstenção
O Inep informou que a abstenção nos dois dias de prova ficou dentro do esperado. No sábado, o índice foi de 26,7% dos inscritos. No domingo, foi de 29,2%. De acordo com o presidente do órgão, 3,7 milhões de estudantes fizeram provas no final de semana.



FONTE: G1