O presidente da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), Jorge Almeida Guimarães, admite que a universidade brasileira ainda está engatinhando, mas reconhece a educação como um grande instrumento de inclusão social. Em visita à UCP na última sexta-feira, onde proferiu a aula magna da instituição, Guimarães falou para mais de quatrocentos alunos e convidados e reafirmou o compromisso da Capes na expansão e consolidação das pós-graduações em todo o país, como forma de alavancar o desenvolvimento social e econômico. “Não é verdade que a Capes tem preconceito com as universidades particulares, mas o que precisa é ter qualidade. Mais de 20% das universidades vinculadas à Capes são particulares”, revelou.
Para Guimarães, com as novas tecnologias o conhecimento hoje está na mão do estudante. “Ele tem o poder de transformar a cultura e o comportamento das pessoas”, afirmou. O presidente da Capes foi recebido pelo reitor da UCP, José Luiz Rangel Sampaio Fernandes, pelo presidente da mantenedora da Associação das Faculdades Católicas Petropolitanas, monsenhor Gilson Andrade, além de convidados, como o reitor da PUC-RJ, Pe. Jesus Hortak Sanches, o reitor da Universidade da Cidade de São Paulo (Unicid), Rubens José Lopes da Cruz, o diretor presidente da Federal Seguros, Gustavo Capanema, e autoridades petropolitanas, como o presidente da Câmara de Vereadores, Bernardo Rossi, e o presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Petrópolis, Charles Rossi.
Foi a primeira vez que a UCP recebeu oficialmente o maior representante do departamento público federal vinculado ao MEC, justamente no ano em que a instituição petropolitana completa 57 anos na cidade. A razão do convite está na sintonia entre os propósitos da CAPES e a nova realidade da UCP, que se insere na área tecnológica, principalmente de biotecnologia, com cursos voltados para a bioinformática e biocombustível. Desde 2008, a UCP tenta modificar o aprendizado massivo, valorizando a pesquisa e a produção científica com o objetivo de formar profissionais capacitados. “Isso vem sendo demonstrado através da publicação de trabalhos tanto em nossa editora como em outras” disse o reitor, ao comentar sobre o aumento de bolsas concedidas pelo CNPQ para os estudantes.
Além de realizar a avaliação das pós-graduações em todo o país, a Capes promove o acesso, a cooperação e a divulgação da produção científica. É responsável ainda por investimentos na formação de recursos de alto nível no país e no exterior. Desde 2008, o órgão foi reformulado e passou a atuar na formação de professores da Educação Básica. “A dificuldade de se encontrar engenheiros, por exemplo, começa no ensino da matemática na educação básica”, comentou Guimarães. Ele revela ainda que o Brasil já alcançou a 13ª colocação mundial na área de pesquisa em 2009, passando da 17ª colocação conquistada em 2004. “Nosso país vem sendo respeitado no mundo inteiro e 99,7% dos pesquisadores brasileiros que estão no exterior retornam para o trabalho em nosso país”, afirmou. Ele atribui o fato ao maior incentivo e fomento público. “O modelo da Capes é único no mundo inteiro e os alunos de pós brasileiros são respeitados lá fora”, garante. Outra dificuldade detectada pelo departamento é quanto à formação de professores de física e química, o que se transformou num desafio e numa política do governo.
Petrópolis como polo educacional de valor
Jorge Guimarães reconhece Petrópolis como um polo educacional de valor e citou o LNCC e o projeto Petrópolis Tecnópolis como possíveis centros irradiadores de pesquisa junto às universidades locais que desenvolvem seus projetos de pós-graduação. “A ciência brasileira é feita nas pós-graduação. São poucos os artigos produzidos fora deste contexto”,disse.
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