
Para chamar a atenção das autoridades e da população sobre o assunto, o Conselho Tutelar e o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas), promoveram ontem uma mobilização na Praça D. Pedro, desde às 9h. Próximo dali, em frente ao Colégio Pedro II, o vereador Tiago Damasceno também alertava a população para o problema.Conselheiros, assistentes sociais, psicólogos e advogados distribuíram panfletos durante todo o dia, esclarecendo alguns pontos relevantes acerca dos maus tratos contra menores e as muitas formas de denunciá-los. “Você às vezes conhece aquela pessoa e fica com medo, com vergonha, ou até preocupado em se expor na denúncia.
Então, a gente queria conscientizar a população de que a denúncia é anônima e que a pessoa vai estar colaborando com a vida”, explicou o conselheiro tutelar Agnes Dalzini.A violência sexual contra menores ganhou destaque no Brasil por meio do caso da menina Araceli, que, aos 8 anos de idade, em 1973, foi raptada, drogada, estuprada e depois queimada por jovens de classe média, em Vitória, Espírito Santo. Em 1997, foi criado o disque-denúncia, que atende ligações de todas as regiões do país. Enquanto em 2003 eles recebiam 12 queixas por dia, em 2007 esse número aumentou para 67.Há seis anos, a Polícia Rodoviária Federal realiza o mapeamento dos pontos vulneráveis à exploração de crianças e adolescentes nas rodovias federais. Em 2007, 1.918 bares, hotéis, postos de combustível e restaurantes à beira da estrada foram identificados como prováveis pontos de abuso sexual infantil.
Um crescimento significativo de 127% se comparado a 2005, quando existiam 844 pontos. O Creas é uma instituição nova, que começou a funcionar em agosto do ano passado mas que, de acordo com Agnes, está ajudando muito no sistema de denúncias. “Nós recebemos as denúncias, e o estudo de revelação, se existe mesmo a circunstância, é passado para o Centro de Referência. Ele relata para o Conselho Tutelar e nós trabalhamos a família junto com o Creas, para que a violência cesse. Nós denunciamos à Polícia, para que sejam tomadas as medidas judiciais cabíveis, no sentido de responsabilizar o agressor, e acompanhamos também com o Creas para que a vítima restabeleça o direito, para que ela tenha o trauma minimizado, através do psicólogo, do assistente social e diversos outros profissionais”.A assistente social e coordenadora do Creas, Eliane Sans Moraes explicou o trabalho.
“O Creas é um espaço especializado para isso. Atendemos vítimas de todo tipo de violência, não só do abuso sexual. A violência contra o idoso, contra a mulher, que tem também um centro de referência especializado, mas o acompanhamento é feito pelo Creas. A equipe é formada por assistentes sociais, psicólogos e advogados”.
Em frente ao Colégio Pedro II, o vereador Tiago Damasceno, líder do PV na Câmara, divulgava ontem a lei municipal 6736, de sua autoria, instituída neste ano. Ela torna obrigatória a divulgação de avisos, cartazes ou panfletos contra a exploração sexual de menores em bares, restaurantes, hotéis, motéis e estabelecimentos de hospedagem em geral. Serviço:Disque denúncia – 100 (para todo o Brasil)Conselho Tutelar (Petrópolis)– 2246-1503 (de 9h às 18h) / 8819-6944 (plantão 24h).
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